Após 05 anos consecutivos de queda, o mercado imobiliário finalmente passa a demonstrar perspectiva de recuperação, impulsionado pela soma de diversos fatores, como a forte queda da taxa Selic, a redução dos juros do financiamento imobiliário e suas novas modalidades de crédito, a consolidação da lei que regulamenta o distrato de imóveis comprados na planta e o surgimento de plataformas digitais que facilitam a comercialização de imóveis.
A taxa Selic caiu para 3,75%, o menor patamar da história, fazendo com que os fundos de renda fixa tenham rentabilidades baixíssimas, o que não é mais interessante. Dessa forma, o investimento em imóveis passou a ser uma boa opção, tanto para obter renda com a locação ou lucro com a posterior revenda. Considerando que há uma demanda reprimida de pessoas que desistiram da compra durante os longos anos de crise e que a queda dos juros básicos aumenta a procura por imóveis, os preços devem subir gradativamente, fazendo com que 2020 seja favorável para a aquisição, pois ainda há bastante oferta, e, consequentemente, espaço para a negociação de descontos.
Os juros do financiamento imobiliário também foram consideravelmente reduzidos. Nunca estiveram tão baixos. Utilizando como parâmetro, a taxa mínima de juros da Caixa Econômica Federal, para financiamentos atrelados à TR (taxa referencial), que em 2018 era de 9,5% ao ano, agora parte de 6,5%. Outro fator determinante para a diminuição do custo do financiamento, foi o lançamento, pela Caixa Econômica Federal, da modalidade de crédito imobiliário corrigido pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), cujas taxas de juros variam do mínimo de 2,95% ao ano (mais IPCA) até o máximo de 4,95% (mais IPCA).
Com a queda dos juros do financiamento, as prestações mensais ficaram menores, aumentando a quantidade de consumidores com acesso ao mercado imobiliário e também o número de consumidores que deseja trocar seu imóvel por outro de padrão mais elevado, em virtude do aumento do poder de compra.
O preço dos aluguéis já voltou a crescer, o que indica que o movimento de alta das vendas está prestes a ocorrer, pois o mercado de locação costuma antecipar a tendência de crescimento das diversas vertentes do mercado imobiliário.
Por sua vez, a consolidação da lei que regulamenta o distrato de imóveis comprados na planta trouxe maior segurança jurídica e previsibilidade para o setor. O número de distratos alcançou níveis exorbitantes, em torno de 50% das vendas feitas por incorporadoras, impactado fortemente pelo aumento do nível de desemprego. Agora, com regras claras em relação às consequências para desistência de compra do imóvel e com a retomada dos empregos formais, o número de distratos caiu para 20%, motivando as incorporadoras a lançar novos empreendimentos.
Ou seja, de um lado temos a diminuição do custo do financiamento, o aumento da oferta de crédito e a busca de alternativas de investimentos (diante queda da taxa Selic), como fatores que impulsionam a procura por aquisição de imóveis, e de outro lado temos uma demanda reprimida de pessoas que deixaram de comprar imóveis, o aumento do nível de empregos e maior segurança jurídica para o setor. Portanto, acredita-se que o mercado imobiliário está no inicio de um novo ciclo virtuoso.
Por fim, merece ser dada atenção ao surgimento de diversas plataformas digitais que estão trazendo inovações tecnológicas pata facilitar o processo de compra e financiamento de imóveis, como a eliminação da presença física para a assinatura de contratos e a desnecessidade de deslocamento para visitar os imóveis de interesse, com o auxílio de ferramentas de realidade virtual, o que gera maior dinamismo e economia para o setor.